O Papa Francisco, a CNBB e o Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, receberam desde o último dia 15 de outubro, várias notas de apoio e solidariedade em decorrência das falas altamente agressivas proferidas pelo Deputado Estadual Frederico D’Avila (PSL/SP), realizadas no último dia 14 de outubro, na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo – ALESP.
A própria CNBB, na manhã do dia 17 de outubro escreveu uma carta aberta direcionada ao presidente da ALESP em apoio ao papa Francisco, a Dom Orlando e ao episcopado brasileiro. Diz que rejeita e manifesta sua indignação às “abomináveis agressões” proferidas pelo parlamentar em questão. Na carta, a CNBB relembra que o ocorrido acontece no mesmo dia em que a instituição comemora os seus 69 anos de fundação e afirma que ela “jamais se acovardou diante das mais difíceis situações, sempre cumpriu sua missão merecedora de respeito pela relevância religiosa, moral e social na sociedade brasileira”.
A Carta foi entregue em mãos ao Presidente da ALESP e informa que “(…) aguarda uma resposta rápida de Vossa Excelência – postura exemplar e inspiradora para todas as casas legislativas, instâncias judiciárias e demais segmentos para que a sociedade brasileira não seja sacrificada e nem prisioneira de mentes medíocres”.
Também o Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Pedro Stringhini, Bispo da Diocese de Mogi das Cruzes/SP, emitiu uma carta de apoio a Dom Orlando e pergunta: “há algum erro quando Dom Orlando propõe que a Pátria se paute pela não-violência, verdade e fraternidade? Qual, então, o motivo de tanto ódio e agressividade emanados da boca do deputado Frederico contra o arcebispo e à CNBB? Seria em razão da solicitude e solidariedade da Igreja, dos cristãos e pessoas de boa vontade para com os pobres?”
Dos Padres Dominicanos no Brasil, também veio uma Carta Aberta de apoio a Dom Orlando e a CNBB. O Prior Provincial expressa sua indignação e diz que: “O discurso, cujas bases são o ridículo e a ignorância, a desinformação e a má-fé, traduz o que de pior chegou à política brasileira: o ódio, a violência e a barbárie.”
Do Conselho Nacional do Laicato do Brasil – CNLB, veio uma nota de repúdio a fala do parlamentar e um reforço ao afirmar que: “em Cristo Jesus somos uma só comunidade, e caminhamos no desejo ardente da Paz e da Justiça. Para tanto, nos unimos em defesa do Papa Francisco, da CNBB e de Dom Orlando, reforçando o nosso fecundo desejo do respeito às pessoas e às instituições de nosso país.”
O CESEEP – Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular, emitiu uma nota de repúdio ao criminoso pronunciamento do parlamentar que conclama seus apoiadores a comprarem “armas para atacar com “balas e porretes” a esses “vagabundos” do MST.” Na nota, o “CESEEP reafirma seu compromisso com a educação popular, o ecumenismo, a justiça social, a Pátria grande latino-americana e manifesta sua solidariedade com os pequenos, no seguimento de Jesus, que se declara ungido para anunciar “a boa nova aos pobres, a liberdade aos cativos, a visão aos cegos, por em liberdade os oprimidos e proclamar o ano de graça do Senhor” (Lc 4, 18-20).”
Dos jesuítas veio uma carta de solidariedade ao Papa Francisco, à CNBB e a Dom Orlando. A Província dos Jesuítas no Brasil se manifesta afirmando que: “Somos solidários porque acreditamos que jamais os discursos de amor ao próximo, como nos ensinou nosso mestre Jesus Cristo, podem ser calados por palavras que pregam a morte e a escuridão. Lembremo-nos, sempre, que não há vida nas trevas”.
Dos grupos “Padres da Caminhada” e “Padres Contra o Fascismo”, veio uma nota de solidariedade à Via Campesina, ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, ao Papa Francisco, a CNBB e a Dom Orlando onde eles afirmam que: “As armas só servirão para uma coisa: continuar o genocídio de pobres, dos povos originários, de afrodescendentes, de mulheres, de LGTBQIA+’s, entre outros.”
A Ordem dos Carmelitas Descalços – Província São José do Brasil também se manifestou seu apoio em nota e chamando a atenção para: “Nesse mundo novo, não se pode admitir falso testemunho, dissimulação, mentira; não se pode admitir parlamentares que apenas prestam um desserviço ao nosso povo; não se pode pretender apontar as contradições do outro, sem antes reconhecer sua grandeza”.
Também houve manifestações por parte das organizações católicas da Opus Dei e Arautos do Evangelho, entidades citadas pelo parlamentar em seu pronunciamento na ALESP. As entidades reforçam em suas declarações, a veneração ao Santo Padre e a união ao colégio episcopal e a CNBB.
Destaca-se também o apoio recebido por parte de Autoridades, políticos, entidades religiosas e civis, além de falas importantes dos Regionais e Dioceses da Igreja Católica no Brasil e também do Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM) ao lembrar em sua nota que: “desde suas origens a CNBB tem se caracterizado por seu espírito profético, saindo em defesa da liberdade e da vida do povo brasileiro, sem se deixar intimidar pelas múltiplas ameaças e truques que tentavam silenciar sua palavra e sua missão pastoral”.