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Assembleia Geral da CNBB começa com Análise de Conjuntura

Tem início hoje, dia 12/04/2021 a 58º Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A Assembleia realizada anualmente, teve cancelada a sua edição no ano de 2020 por conta da pandemia. Ainda vivendo os efeitos da mesma, a Presidência buscou alternativas e decidiu pela realização da edição de 2021 no modelo de videoconferência. A decisão se pautou pela experiência da realização de encontros no mesmo formato realizados anteriormente.

A Assembleia ocorrerá no período de 12 a 16 de abril e terá como tema central o Pilar da Palavra proposto pelas Diretrizes Gerias da Ação Evangelizadora da Igreja n Brasil (DGAE 2019-2023).

E na abertura ocorrida há pouco, os Bispos puderam acompanhar a análise de conjuntura organizada pelo grupo responsável por tal documento que oferecem tal conteúdo de forma mensal a Igreja do Brasil.

O documento do mês de abril apresentado de modo especial na Assembleia Geral desse ano traz como título: “O POVO DE DEUS SOFRE COM A DOENÇA E COM A FOME”. A análise recorda que o mundo já enfrentava graves problemas quando surge a pandemia. Em várias partes do mundo se verificava um aprofundamento da crise econômica e um aumento das tensões políticas por toda o planeta. Tal cenário já era apontado pelo Papa Francisco e a preocupação com essa realidade, levou-o a afirmar que era necessário modificar essa “economia que mata”, já que os reflexos de tal quadro não apareciam apenas no campo econômico, como também na esfera política, nas relações sociais e humanas, na ecologia nas exclusões e desigualdades presentes em nosso meio.

O ano de 2021se inicia e após um ano de pandemia, verifica-se que a mesma modifica consideravelmente o modo de organização da sociedade, do meio ambiente, nas cultura dos povos e provoca um abalo considerável na economia mundial. O exercício de se realizar uma análise de conjuntura diante desse cenário, provoca-nos a refletir e compreender as causas e as dinâmicas desses acontecimentos, para enfim, encontrar saídas no enfrentamento dessa dramática situação que vivemos.

A análise aponta que o mundo vê com perplexidade e tem acompanhado a situação do país diante do cenário atual e coloca o Brasil em estado de alerta extremo, já que há expressivos indicadores apontando estado crítico em diversos setores no enfrentamento da pandemia, com destaque para o número de mortes e sua rapidez das mesmas, colocando o país num eminente quadro de colapso do sistema de saúde brasileiro. O que preocupa e que a vacinação em massa da população, medida mais efetiva no enfretamento da pandemia é lenta, contrariando a expertise e a tradição adquirida pelo Brasil na produção e no desenvolvimento de metodologias de aplicação da vacinação em massa da população.

Outro dado importante apresentado na análise é o duelo entre a crise sanitária versus a crise econômica, já que o país que já necessitava de uma recuperação nos seus indicadores da sua economia, por conta da pandemia, passou a enfrentar o falso dilema da prioridade em se enfrentar a doença com as medidas e necessárias medidas de isolamento social ou se prioriza as medidas econômicas e a manutenção dos empregos. A análise realizada demostra que o falso dilema é contestado quando se observa os dados econômicos mundiais ao perceber que as nações que tem conseguindo melhores resultados diante da pandemia, são aquelas que estabelecem uma ação conjunta de investimento público e de fomento a economia, garantindo a renda e as condições de vida às famílias e pequenos negócios.

Além da questões levantadas, a Análise traz ainda outra importante preocupação que é a verificação dos indicadores econômicos que mensuram a situação da gestão da fome do Brasil. A análise é categórica em afirmar que ela retornou ao país a partir de 2019 e apresenta um crescimento vertiginoso de famílias em quadro de insegurança alimentar.

As perspectivas para o ano não são das melhores, já que a gestão catastrófica da pandemia e da economia, apontam diversos obstáculos para o Brasil diante de desafios enormes na recuperação da atividade econômica, no nível de preços assombrados pelo fantasma da inflação, no mercado de trabalho e de uma forte influência dos mercados internacionais de commodities, associado ainda há uma péssima imagem no país no exterior.

O documento de análise conclui recordando que a CNBB por meio do Pacto pela Vida e pelo Brasil manifestou-se apontando “A ineficiência do Governo Federal, primeiro responsável pela tragédia que vivemos, é notória. Governadores e prefeitos não podem assumir o papel de cúmplices no desprezo pela vida. Assim, apoiamos seus esforços para garantir o cumprimento do rol de medidas sanitárias de proteção, paralelamente à imunização rápida e consistente da população. Que governadores e prefeitos ajam com olhos não só voltados para os seus estados e municípios, mas para o país, através de um grande pacto. Somos um só Brasil.”

A análise completa pode ser lida no link: https://issuu.com/cefep/docs/08__sub__an_lise_de_conjuntura_social_-_o_povo_de_