Na tarde de 25 de Janeiro de 2019, a população de Brumadinho deparou-se com uma tragédia de grandes proporções, que deixou rastros de destruição em toda a região. Uma lama espessa misturada a rejeitos sólidos e água contaminada inundou o Rio Paraopeba e destruiu totalmente os distritos do Vale do Feijão, comunidade de Vila da Ferteco e adjacências. Há controvérsias quanto à toxidade do resíduo, mas especialistas apontam que a presença da lama pode tornar o solo infértil. Além de já ter provocado a morte das espécies que vivem no rio, pode chegar ao “Velho Chico”.
“Pela nossa realidade corpórea, Deus uniu-nos tão estreitamente ao mundo que nos rodeia, que a desertificação do solo é como uma doença para cada um, e podemos lamentar a extinção de uma espécie como se fosse uma mutilação”. (EG, n.215.).
A barragem 1 foi construída em 1976 e tem volume de 12,7 milhões de m³. Atualmente, a barragem não recebia material, pois o beneficiamento do minério na unidade é feito a seco, de acordo com o site da empresa Vale. O Ibama havia informado inicialmente que havia 1 milhão de m³ de rejeitos no local. Centenas de pessoas ficaram feridas e desabrigadas. Ainda não se sabe ao certo o número de vítimas fatais da tragédia. As consequências do desastre se alastrarão por todo o estado de Minas Gerais; a estimativa é que os rejeitos levem décadas para serem eliminados da natureza.
Em 2015, foi o distrito de Bento Rodrigues; hoje, a cidade de Brumadinho! E nossa gente mineira sendo “soterrada” viva pela lama da ganância de uma atividade econômica que avança voraz sobre lugares e pessoas para exportar nossos bens minerais e alimentar contas de acionistas e o mercado financeiro.
E a enxurrada de lama continuará destruindo vidas, sonhos…
Mesmo ainda sem notícias precisas das perdas humanas e da situação dos vitimados e famílias, já dói muito fundo porque nos sentimos no lugar de cada um deles e, assim, somos solidários.
Tudo é criminoso e terrível! Acidentes e impactos da mineração acontecem recorrentemente e as empresas continuam com a mesma postura prepotente de “responsabilidade social e ambiental” e ainda fazem uma cortina de fumaça sobre os reais fatos! Em momentos como esse, precisamos estar em luta em defesa daqueles e daquelas que não têm voz, vez e lugar.
Basta!
Não queremos este modelo econômico que nos é imposto!
25 de Janeiro de 2019.
Conselho Nacional do Laicato do Brasil