“Os desafios colocados pelo novo governo Bolsonaro, com a possibilidade de perseguições contra os movimentos sociais e ambientalistas, serão um dos assuntos discutidos no encontro”, escreve Gerson Neto, em nota sobre o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social.
Eis a nota.
A Terra espera ardentemente práticas humanas para libertar-se. (CF Carta aos Romanos, 8).
Movimentos sociais e entidades pastorais e da sociedade civil que fazem parte do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social estarão reunidos em Seminário Nacional em Brasília entre os dias 27 e 30 de novembro para discutir os impactos das mudanças climáticas sobre a vida e os territórios em que vive o povo brasileiro.
Entre outras organizações participantes do encontro estarão a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o CIMI – Conselho Indigenista Missionário, a ASA – Articulação do Semiárido Brasileiro, da CPT – Comissão Pastoral da Terra, o MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores, entre outros.
Os desafios colocados pelo novo governo Bolsonaro, com a possibilidade de perseguições contra os movimentos sociais e ambientalistas, serão um dos assuntos discutidos no encontro. Outros temas serão as ameaças que as comunidades sofrem na sua saúde e autonomia alimentar provocadas por grandes projetos de mineração, hidrelétricas, hidrovias, desmatamentos, agrotóxicos, expulsão de seus territórios e perseguição política.
No primeiro dia do Seminário, o pesquisador de economia Guilherme Costa Delgado vai contribuir com uma análise da conjuntura sociopolítica, com destaque do paradigma da seguridade social, estabelecido pela Constituição de 88 e que está sendo modificado pelo avanço da onda de neoliberalismo radical do atual governo e do próximo. Programas como o Sistema Único de Saúde, a Previdência Social, a Assistência Social e o Seguro Desemprego, que existem para garantir o mínimo vital para a sobrevivência dos mais pobres, podem desaparecer e colocar a sobrevivência de milhões de pessoas em risco.
Estarão em análise igualmente as consequências das até agora anunciadas políticas ambientais, subordinadas de forma radical aos interesses dos grupos econômicos e financeiros que colocam o crescimento econômico acima de tudo, ameaçando os direitos dos povos indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais, bem como a rica e indispensável biodiversidade da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal.