Nós que fazemos parte da Escola Fé e Política Pe. Humberto Plummen, vinculado ao Setor Pastoral Social da CNBB regional Ne2, nos solidarizamos às famílias da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco e ,do motorista, Anderson Pedro Gomes, bem como, às comunidades da Maré, ao PSOL e todo povo carioca, que eram agraciados pela presença, luta e amizade dessa grande liderança jovem, ao mesmo tempo que repudiamos essa violência estúpida e covarde que vêm ceifando vida de mães, pais e tantos filhos e filhas.
Somos um país carente de novas lideranças políticas com expressão popular, oriundos das periferias, das favelas, dos recantos mais esquecidos da cidade e do campo, e sofremos isso, pois a violência dizima boa parte da nossa juventude que luta por direitos, justiça e igualdade.
É triste perdermos uma liderança política como Marielle, é triste ter que nos despedirmos de uma valorosa companheira na luta dos direitos das mulheres, da negritude, das comunidades periféricas, enfim, de uma militante aguerrida em defesa dos direitos humanos.
Como uma escola que visa estudar e discutir a importância do engajamento político de mulheres e homens para o exercício do bem comum e da Democracia, causa-nos profunda dor, indignação e preocupação quando várias lideranças do país morrem vítimas dos pistoleiros, representantes de um sistema de morte e opressão que tem um projeto de poder, visando amedrontar e paralisar pessoas que pregam e agem em nome da paz, da justiça e dos direitos humanos.
Como cristãos, hoje nos perguntamos cantando com o compositor Zé Vicente: “Como te cantarei, Senhor? Quando perseguem e matam os companheiros da gente, quando esmagam a esperança e nos fazem terror, Senhor?”. Pois é tão duro receber notícias como essa, mas logo recordamos que Ele, o Mestre, Jesus de Nazaré, também teve seu sangue derramado por mãos assassinas que representavam esse mesmo sistema de injustiça e terror.
Por isso, acreditamos que Marielle combateu o bom combate, lutou por suas irmãs e irmãos, e ressuscitará, continuaremos a luta dela que é tão nossa. Como cantamos nas CEBs: “Teu nome é santificado naqueles que morrem defendendo a vida”.
Exigimos do poder público investigação e resposta à pergunta, quem matou Marielle e Anderson e que seja feita justiça à morte deles, bem como, às das demais vítimas da violência no Rio e nas outras cidades do Brasil.
A Campanha da Fraternidade nos convoca à refletirmos e agirmos buscando a superação da violência, e isso só se dará quando a justiça e a paz se juntarem e se abraçarem.
Marielle presente na luta e na caminhada… O sangue de nossos mártires nos convoca para a luta por justiça e paz.
Recife, 15 de março de 2018.