Texto do Seminário latino-americano de teologia, acontecido de 18 a 20/05/07, em sintonia com a Conferência de Aparecida
Nossa América interpela a Igreja
Perspectiva da análise
A análise dos processos históricos é sempre socialmente situada. Dada a complexidade do real, o analista opta por destacar os fatores mais relevantes. Quem, porém, pode ter certeza da real relevância de cada fator? Se houvesse consenso sobre isso, não haveria tantas teorias sociológicas… O método sociológico que adoto procura ver a realidade social a partir das relações que os seres humanos tecem entre si para a produção e reprodução da sua existência. Esse enfoque tem o mérito de vincular a cultura e as instituições sociais (no caso, as instituições religiosas) à concretude da vida material (produção, circulação e consumo de bens e serviços), apontando as mútuas influências de uma esfera sobre a outra. É o enfoque teórico herdado dos clássicos (E. Durkheim, K. Marx, M. Weber), que vê as igrejas (ou mais precisamente, as comunidades religiosas) como produtoras de sentido para a vida em sociedade. Aqueles autores não mediam a importância da religião pelo número de adeptos[1], mas por sua capacidade de influir nas estruturas sociais ou de orientar a história humana, formando o “clima moral” de uma sociedade, ou, dito mais sofisticadamente, criando seu ethos. A dimensão ética é, portanto, essencial. É nesta perspectiva que proponho refletir sobre o lugar social da Igreja Católica na América Latina, no mo9mento em que se realiza a 5ª Conferência Geral do seu episcopado.
Clique para obter o arquivo Nossa America Interpela