Fundamentação teológica da ética
Pe. Antônio Aparecido da Silva*
É consensual dizer que hoje vivemos numa época de mudança, ou, mais que isso, vivemos uma verdadeira “mudança de época”. Esta nova época, ou época nova, está sendo chamada de “pós-modernidade”. As nomenclaturas utilizadas, por certo, podem ser secundárias, ou não. Entretanto, ninguém duvida de que estamos vivendo um tempo de profundas e constantes mudanças. Não são apenas mudanças superficiais, mas o estabelecimento efetivo de novos paradigmas.
Do ponto de vista da questão ética, o momento presente mostra duas realidades distintas e por vezes contraditórias. Por um lado vivemos um tempo marcado pela “fragmentação ética”, com uma profunda sensação de liberdade como conseqüência da vitória sobre universalismos ético-morais que condicionaram por séculos afora o procedimento humano como um todo. Por outro lado já não são poucos os reclamos no sentido de se buscar, desde práticas concretas, novas referências universais capazes de estabelecer relacionamentos que contribuam para uma convivência centrada em valores.
De qualquer maneira, a ética de sido o motivo de freqüentes debates, em que, às vezes, os posicionamentos tomados pelos debatedores são convergentes, e outras vezes diametralmente opostos. A ética tem sido um tema bastante freqüente no Brasil, sobretudo nos últimos tempos. Recentemente, um conhecido economista brasileiro, convidado a falar para um público eclesiástico sobre economia, utilizou quase o tempo disponível para a sua prelação para falar sobre ética. Indagado sobre a razão da mudança do tema, respondeu: “O problema do Brasil não é econômico, mas sim, ético, ou seja, é um problema de distribuição dos bens que são produzidos”. De fato, o Brasil está classificado entre aqueles países que têm as piores distribuições de renda.
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