Algumas questões sobre Globalização e Modernidade
Paulo Fernando Carneiro de Andrade
1. A Sociedade Pós-Industrial e o seguimento da Economia Industrial Fordista
A economia mundial passou nas últimas décadas por significativas alterações. Longe de possuírem um significado apenas conjuntural, os acontecimentos que têm se dado tanto no campo econômico quanto no social tem produzido uma transformação estrutural de longo alcance. Se há consenso em afirmar o caráter estrutural das presentes mudanças econômico-sociais, o mesmo não ocorre em relação à interpretação destas transformações, principalmente em relação ao seu impacto social e às alternativas que elas poderiam colocar. Entre as diversas correntes teóricas que tem produzido análises que buscam explicar estas transformações e captar-lhes o seu significado mais profundo serão aqui destacadas duas. A primeira procura entender os recentes acontecimentos a partir do binômio industrial/pós-industrial; a segunda tem seu foco em um outro binômio: fordismo/pós-fordismo. De um modo geral pode-se dizer que enquanto a primeira corrente enfoca mais os aspectos de desenvolvimento tecnológico e tende a ter um tom mais otimista, a segunda enfoca principalmente as relações de trabalho e tende a ser mais crítica. De um modo mais preciso pode-se dizer que a primeira corrente detém-se, sobretudo, nos aspetos do desenvolvimento das forças produtivas, o que inclui os meios de produção (máquinas e instrumentos, tecnologia, energia) e a força de trabalho (a capacidade não só física mas também intelectual das pessoas de produzirem bens e serviços), enquanto a segunda enfoca, sobretudo, as relações de produção, isto é, as relações de propriedade das forças produtivas.¹
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